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Foto do escritorTiago Koch

Pai não sabe cuidar: o mito da incapacidade paterna

Atualizado: 13 de abr. de 2022

Assim como existe o mito do amor materno, que nos sugere a ideia que toda mulher nasce para ser mãe e consequentemente tem a obrigação de dar conta de toda a complexidade que a maternidade traz, como saber fazer o bebê dormir, arrotar, amamentar, dar banho e ser necessariamente feliz com esse lugar, descrito maravilhosamente no importante livro da Elisabeth Batinder, " Um amor conquistado: o mito do amor materno", me arrisco a dizer que existe um outro mito, o mito da incapacidade paterna.


Um mito que inclusive é justificado quando analisamos o triste cenário da paternidade em nossa sociedade, onde o abandono paterno, falta de disponibilidade afetiva e violência doméstica ainda são uma realidade.


Nessa mesma estrutura, temos ainda o fato de que poucos de nós homens fomos ensinados a cuidar, como se o cuidado fosse um atributo exclusivamente feminino e que qualquer aproximação com esse lugar seria um risco para nossa masculinidade.


Porém, constantemente ouço relatos de homens que estão depositando todas suas forças para quebrar esse ciclo de negligência, mas que se sentem desqualificados em sua paternagem. Frases como “Você não sabe” , “ Tem certeza que você consegue?”, “Você vai ficar sozinho com o bebê?”, “Cadê a mãe dessa criança?” são constantes.


Após esses relatos, é comum surgir a pergunta: Mas o que fazer? Na minha limitada compreensão, o caminho é ampliar nosso pequeno repertório de conhecimento sobre cuidado, estar disposto inclusive para ouvir quem mais ocupa esse lugar, mas principalmente, continuar, persistir, mesmo que possa ser desmotivante. Faça por você, faça pelo seu filho ou filha, faça por amor.Porque sim, temos a capacidade de cuidar marujos, e garanto, cuidar é transformador.


Esse texto não tem o objetivo de culpabilizar um ou outro, e sim de trazer a reflexão sobre como podemos achar um caminho para que as mulheres não continuem sobrecarregadas com todas as novas demandas após a chegada de um bebê, e que nós homens tenhamos coragem para provar que mesmo com toda a história demonstrando o contrário, desejamos mudar, desejamos cuidar, desejamos SER PAI.


Um abraço,

Tiago Koch

 

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